Peça "Reza Cotidiano"

Forjado no encontro do ancestral-contemporâneo-tecnológico, “REZA COTIDIANO” é um projeto que flerta e se alimenta de diversas linguagens, como o teatro de despacho, teatro de relatos, teatro ritual e teatro hip-hop, que consideramos, para além de todos esses elementos, um teatro negro.

Buscamos sanar as feridas causadas pelo racismo diário em nossas corporeidades e também pelo racismo estrutural em nosso Okan (alma), regidos por Obaluaiê, Orixá da cura que se manifesta através do signo da rádio. Este elemento foi escolhido para ser símbolo de comunicação e de possibilidades, seja através do dimmer de frequência ou de um toca-discos da estação de rádio, subvertemos as situações cotidianas para curá-las.

Em nossas estruturas, carregamos também a fundição de itãs (relatos míticos da cultura iorubá) com as vivências pretas e periféricas diárias, entendendo que nossas tecnologias de sobrevivência, além de ancestrais, são também eternas e se atualizam, de novo, de novo e de novo, através do tempo, fazendo da nossa sabedoria uma afiada arma de guerra. “REZA COTIDIANO” é um potente manifesto sobre a juventude negra e intelectual artística, mas, para além disso, é cura, afeto e acolhimento do povo preto.

Sinopse: “Por intermédio de uma rádio, Obaluaiê atravessa diversas cenas da vida diária, tornando -se capaz de curar o tempo, uma vez que pode avançar ou retroceder cada vez que gira o seu toca disco. As personagens são orixás em ações cotidianas que enfrentam desafios e dilemas humanos. Jovens Pretes fazendo as pazes com os ponteiros e descobrindo a espiritualidade como uma tecnologia de sobrevivência e permanência.”