Jornada Paulista de Dança

Sobre o Evento
Contradição de Ser Afeto - Núcleo Estopim
Em "Contradição de Ser Afeto", os intérpretes mergulham nas complexidades da experiência de homens cis, pretos e periféricos, revelando a dualidade entre a opressão vivida e a violência que, muitas vezes, reproduzimos. Em um contexto marcado por agressões, abusos e pressões emocionais que nos cercam, surgem questões cruciais: como lidamos com essa carga? Quem se importa com nosso bem-estar e o das crianças em nossas comunidades? Através deste trabalho cênico, os artistas exploram a ambiguidade de corpos que, embora endurecidos pela dor, anseiam por acolhimento.
Dançam as Palavras - Núcleo Experimental de Dança Teatro de São José dos Campos – NEXDT SJC (música ao vivo)
Dançam as Palavras é um diálogo entre a música, a poesia, a dança, o teatro e a performance. Essa fusão artística causa estranhamento e aproximação, como no mundo contemporâneo de identidades mesclas, mestiças e híbridas. No processo criativo, nos lançamos a narrar e transcrever na carne do corpo poético dos intérpretes-criadores as palavras colecionadas – poemas – do poeta Moraes. O que nos move? Essas Palavras do Poeta, as sonoridades e músicas interpretadas pelos
músicos que reverberam nos corpos presentes, ativos e vivos dos intérpretes criadores, nutrindo-os e transformando-os, possibilitando afetar, nutrir e transformar algo, bem lá no subterrâneo em quem vê, assiste, ouve, sente e participa.
“Fronteiras do Corpo” | “Samba que Habita” - Cia. Socleson Dantas (música ao vivo)
As duas obras autorais dialogam entre si ao explorarem as potências expressivas do flamenco e do samba no pé, destacando suas origens, convergências e atualizações cênicas. A primeira obra, traz à cena a força do flamenco com uso do Manton e das castanholas como extensões do corpo, elementos que acentuam a expressividade e a musicalidade da dança. A segunda obra, um solo, parte do samba no pé, linguagem nascida nos terreiros e ruas do Brasil, de raízes afro-brasileiras, que carrega em si a ancestralidade, o improviso, a festa e a luta. Ambas, apesar de origens geográficas distintas, nascem de contextos de resistência e afirmação cultural, onde o corpo é veículo de identidade e emoção coletiva.
“UNO” - Cia. Avant Scène
Em UNO, corpos em transe exploram o conflito entre o individual e o coletivo, mergulhando nas camadas do inconsciente, onde pensamentos, culpas e julgamentos se agitam sob uma pele social. O movimento nasce da ruptura: uma face mundana é arrancada, revelando a dualidade entre a máscara pública e o eu oculto. Os intérpretes vacilam entre a máscara e o instinto, entre a dúvida humana e a certeza visceral.