‘YBEROHOKY: um encontro de águas, saberes e patrimônios entre povos originários
Sobre o Evento
As inscrições serão realizadas conforme horários de cada atividade ou esgotamento das vagas (o que acontecer primeiro):
- Roda de conversa sobre artefatos indígenas no Wereldmuseum, das 10h às 12h15: https://www.sympla.com.br/evento/yberohoky-roda-de-conversa-sobre-artefatos-indigenas-no-wereldmuseum/3189483;
- Roda de conversa sobre como práticas indígenas contemporâneas contribuem para a preservação de corpos d’água na Mata Atlântica, das 14h às 16h: https://www.sympla.com.br/evento/yberohoky-como-praticas-indigenas-contemporaneas-contribuem-para-a-preservacao-de-corpos-d-agua/3189508.
No dia de realização das atividades, serão disponibilizados ingressos presenciais na bilheteria, a fim de preencher eventuais vagas de quem se inscrever previamente e não comparecer.
‘YBEROHOKY: um encontro de águas, saberes e patrimônios entre povos originários do Brasil e os Países Baixos nasce como uma ponte entre conhecimentos ancestrais e ciência contemporânea, cultura e sustentabilidade. Realizado pela pesquisadora e curadora independente Giovanna Di Giacomo, em parceria com o Museu das Culturas Indígenas (MCI) e o Wereldmuseum, o projeto é financiado pela Embaixada e Consulados-Gerais do Reino dos Países Baixos no Brasil.
‘YBEROHOKY, cujo nome reúne palavras de três línguas indígenas brasileiras: “YY” (em guarani) e “‘Y” (em tembé) significam “água”, enquanto “Berohoky” (em karajá) significa “caminho”.
Mais do que um intercâmbio cultural, o ‘YBEROHOKY é um reencontro: objetos que viajaram há décadas retornam simbolicamente aos seus povos, e seus saberes ancestrais se conectam a inovações atuais para construir um futuro em que a água continue sendo fonte de vida, equilíbrio e conexão entre territórios e culturas.
Os saberes indígenas estão no coração do projeto, com a participação de Kuanadiki Ahuwera Karajá (Iny | Karajá); Bewãri Farias dos Reis (Tembé); Karai Tataendy (Guarani Mbya), Araju Ara Poty (Guarani Mbya) e Tamikuã Txihi (Pataxó), do Conselho Aty Mirim; e da equipe educativa do MCI, composta por Paula Guajajara (Guajajara) e os Mestres de Saberes Iriwana Karajá (Iny | Karajá), Cláudio Verá (Guarani Mbya) e Rhakany Aruani (Tupi-Guarani); Instituto Maracá e Rede Indígena de Mudas e Sementes de São Paulo, que trazem suas visões, memórias e práticas para pensar a água como elemento vivo, cultural e espiritual, que deve ser preservado e celebrado; além de Araceli Rojas Martinez Gracida (Wereldmuseum) e Arjan Budding (Wageningen University).
Na terceira etapa desse projeto, o MCI acolherá um fórum internacional (em paralelo à 30ª Conferência das Partes | Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas – COP30), com mediação de Leandro Karaí Mirim, dividido em duas etapas:
- Roda de conversa sobre artefatos indígenas no Wereldmuseum (das 10h às 12h15)
- Kuanadiki Ahuwera Karajá, Bewãri Farias dos Reis e Karai Tataendy conversam com Araceli Rojas Martinez Gracida sobre o significado tradicional dos objetos estudados do Wereldmuseum e sua relação com a sustentabilidade da água. Além disso, essa conversa refletirá sobre a presença desses artefatos, oriundos do período colonial e neocolonial, em uma coleção europeia, discutindo seu significado e a reconexão com os povos de origem.
- Roda de conversa sobre como práticas indígenas contemporâneas contribuem para a preservação de corpos d’água na Mata Atlântica (das 14h às 16h)
- Araju Ara Poty, Tamikuã Txihi e Arjan Budding discutem a conexão das práticas da Rede Indígena de Mudas e Sementes de São Paulo ao conceito “building with nature” (construindo com a natureza) e à documentação do acervo do Wereldmuseum.
Sobre Kuanadiki Ahuwera Karajá
Educadora, como formação em Pedagogia, do povo Iny (Karajá), da Aldeia Hawaló Santa Isabel do Morro, localizada na Ilha do Bananal no estado do Tocantins. Dedica-se à valorização e transmissão dos saberes tradicionais de sua comunidade, com especial foco na confecção das bonecas Ritxòkò, moldadas em barro e profundamente ligadas à cosmologia e à vida cotidiana do povo Karajá. A Ilha do Bananal é a maior ilha fluvial do mundo e se caracteriza como um ponto de encontro entre os biomas Amazônia, Cerrado e Pantanal. Fica localizada às margens do rio Araguaia, eixo espiritual, cultural e vital para os Karajá. A ilha enfrenta atualmente ameaças decorrentes de projetos de infraestrutura e da crescente degradação ambiental.
Sobre Bewãri Farias dos Reis
Liderança cultural do povo Tembé e professor na Terra Indígena Alto Rio Guamá, no estado do Pará. Atua na preservação das tradições culturais de seu povo, com especial dedicação à revitalização e ao ensino da língua Tenetehara. Os Tembé habitam as margens do rio Guamá, em plena floresta Amazônica, sendo considerados um dos povos indígenas mais próximos da capital paraense, Belém. Enfrentam desafios como o avanço do desmatamento, a contaminação das águas por agrotóxicos e os conflitos com madeireiras. Sua luta é pela demarcação e proteção dos territórios tradicionais e pela salvaguarda das águas que sustentam a floresta e a cultura Tembé.
Sobre Karai Tataendy
Cacique da Aldeia Aguapeú em Mongaguá, no litoral sul do estado de São Paulo, onde o povo Guarani Mbya vive às margens do rio Aguapeú no bioma Mata Atlântica. O nome espiritual “Karai Tataendy” remete à força espiritual e à luz que guia o caminho de seu portador, conforme a tradição Guarani. Guardião dos saberes e da espiritualidade de seu povo, Karaí tem uma trajetória voltada à política da saúde indígena, dando continuidade ao legado de seu pai. Além de ser líder político, é também yvyr’aija (líder espiritual), assumindo essa posição por necessidade de resistência e sobrevivência coletiva. Faz parte do Conselho Indígena Aty Mirim do Museu das Culturas Indígenas. Seu povo enfrenta desafios com a poluição dos rios, a perda de nascentes e a pressão urbana sobre os territórios.
Sobre Araju Ara Poty
Cacique Guarani Mbya da Tekoa Ytu, uma das sete aldeias do território indígena Jaraguá na cidade de São Paulo. Desde os 14 anos atua como palestrante, abordando temas ligados à cultura indígena, como educação, saúde, alimentação, espiritualidade, língua materna, terra e políticas públicas. Participa ativamente de movimentos locais, regionais e nacionais em defesa das comunidades indígenas. Integra o Conselho Aty Mirim do Museu das Culturas Indígenas de São Paulo, colaborando na gestão compartilhada e curadoria de eventos, e coordena dois corais tradicionais: feminino Tekoa Ytu e misto Mainõí. Em sua aldeia, berço de diversos rios, conduz projetos de reflorestamento e recuperação das nascentes. Enfrenta os desafios da urbanização e da poluição, lutando pela preservação da água, do território e do modo de vida Guarani em contexto urbano.
Sobre Tamikuã Txihi
Liderança dos povos Pataxó e Guarani Mbya, integrante da Tekoa Itakupe, no território indígena Jaraguá na cidade de São Paulo. Bacharel em Serviço Social, atua como ativista Indígena, artista, ceramista, escultora, poeta, guardiã da Mãe Terra e irmã Natureza. Tamikuã entende a arte como um meio de promover a proteção física e espiritual dos corpos, territórios e conhecimentos dos povos originários. Sua obra utiliza diversas linguagens artísticas para defender e preservar a cultura, a memória e os territórios dos povos originários. Integra o movimento Feminismo Comunitário de Abya Yala e a Rede Indígena de Mudas e Sementes do estado de São Paulo.
Sobre Araceli Rojas Martinez Gracida
Arqueóloga e curadora das coleções das Américas no Wereldmuseum, principal museu etnográfico nos Países Baixos. Sua pesquisa foca nos manuscritos pré-coloniais mexicanos, no uso contínuo dos calendários mesoamericanos entre povos indígenas de Oaxaca e nos sistemas tradicionais de manejo da água. É autora do livro premiado “El tiempo y la sabiduría” e colabora com o escritório holandês Beccan Davila Urbanismo em projetos voltados ao resgate do patrimônio arqueológico, cultural e natural relacionado à água.
Sobre Arjan Budding
Responsável pelo Programa de Gerenciamento Sustentável da Água na Wageningen University, universidade pública dos Países Baixos, especializada em ciências agrárias, ambientais e de alimentação saudável, sendo considerada uma das melhores do mundo nessas áreas. No âmbito desse programa, tem como objetivo valorizar a água por meio de pesquisas e da gestão de ações voltadas à adaptação à escassez hídrica, à mitigação de inundações e ao desenvolvimento de um ambiente limpo, produtivo e saudável, pautado na justiça climática.
Sobre Giovanna Di Giacomo
Pesquisadora, curadora e produtora que, nos últimos nove anos, tem se dedicado a projetos na interseção entre artes, crise climática, colaboração intercultural e metodologias decoloniais. Estudou História da Arte Indígena na Universidade de São Paulo com Daiara Tukano e Fernanda Pitta, e seu mestrado em Artes, Cultura e Sociedade pela Erasmus University Rotterdam investigou o papel da arte de rua na abordagem de questões sociais e ambientais.
Sobre o Museu das Culturas Indígenas (MCI)
Criado com o propósito de articular, pesquisar, fortalecer e comunicar as histórias e memórias de resistência e resiliência indígenas, suas artes e outras produções artísticas, intelectuais e tecnológicas. Se constitui como uma instituição museológica de caráter dialógico, participativo e de expressão de diversas vozes e culturas, onde a memória da ancestralidade permite, aos diversos povos originários, compartilhar suas ideias, saberes, conhecimentos, filosofias, músicas, artes, memórias e histórias. Inaugurado em 2022, é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo (SCEIC-SP), administrada pela Organização Social de Cultura Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari (ACAM Portinari), em parceria com o Instituto Maracá, a partir de uma proposta inovadora de gestão compartilhada com protagonismo do Conselho Indígena Aty Mirim, que é composto por lideranças de diversos povos indígenas do Estado de São Paulo: Guarani Mbya, Guarani Nhandeva, Kaingang, Krenak, Pankararu, Pataxó, Terena, Tupi-Guarani e Wassu-Cocal.
Sobre o Wereldmuseum
Rede de museus em Roterdã, Amsterdã, Leiden e Nimega que, juntos, abrigam uma das coleções etnográficas mais significativas da Europa. Com forte foco em conexões culturais globais, o museu realiza pesquisas, exposições e colaborações que exploram histórias coloniais, patrimônios e sua relevância contemporânea.
Sobre o Consulado-Geral do Reino dos Países Baixos em São Paulo
Representação diplomática dos Países Baixos em São Paulo que promove a cooperação cultural, científica e ambiental entre os Países Baixos e o Brasil. Por meio de parcerias estratégicas e programas culturais, apoiam iniciativas que fomentam a sustentabilidade, a inovação e o intercâmbio intercultural.
Observações:
- as inscrições serão realizadas conforme horário de cada atividade: de 8 a 15 de novembro de 2025; ou até esgotamento das 20 vagas de cada horário (o que acontecer primeiro);
- ao adquirir o ingresso, preencha com nome e e-mail correspondentes à pessoa que utilizará o ingresso;
- apenas crianças de colo, com até 24 meses incompletos, não necessitam de inscrição, respeitando a quantidade de vagas disponíveis;
- no dia de realização da atividade, serão disponibilizados ingressos presenciais na bilheteria, a fim de preencher eventuais vagas de quem se inscrever previamente e não comparecer;
- para maior comodidade, aconselhamos chegar com 30 minutos de antecedência do horário da atividade;
- a entrada/participação de crianças menores de 12 anos só é permitida se acompanhada de um responsável maior 18 anos de idade;
- para conforto e segurança de todos os participantes, não é permitida a entrada com malas, mochilas, dentre outros tipos de bolsas grandes. Pedimos a gentileza de consultar a disponibilidade e utilizar nosso guarda-volumes, localizado no Térreo/Recepção. Bolsas de amamentação ou com medicação são as únicas exceções permitidas.



