de 21 à 22 de novembro
sexta das 14:00 às 15:30
R. Dona Germaine Burchard, 451 - Água Branca, São Paulo - SP, 05002-062, Brasil
Entrada Gratuita

Atividade PRESENCIAL e gratuita, com entrada por ordem de chegada, a partir de 1 (uma) hora antes do início, até o esgotamento das vagas.
A literatura de cordel é uma manifestação cultural popular, reconhecida como patrimônio imaterial brasileiro, com raízes nas tradições orais europeias, mas que no Brasil ganhou uma identidade genuína; o verso livre, em contrapartida, rompe com as amarras da métrica e da rima tradicionais, oferecendo maior liberdade formal para o poeta.
Nesta conversa, Auritha Tabajara, a primeira cordelista indígena do Brasil, e Tiago Hakiy, que faz uma literatura que nasce no coração da floresta, mediados por Muru Huni Kuin, apresentarão como seus trabalhos entrelaçam a força da oralidade ancestral com o poder da palavra escrita, de maneira a afirmar no papel o que sempre esteve gravado na memória de seus povos e trazer reflexões sobre o incentivo à produção e partilha da escrita como ocupação de um espaço político, poético e de afirmação da tradição.
Sobre Auritha Tabajara
Natural de Ipueiras, Ceará, 1979, é escritora e contadora de histórias. Dentro do seu repertório autoral há um destaque para contos que remetem às tradições do povo Tabajara, ressaltando os conhecimentos transmitidos por sua avó parteira e benzedeira, Francisca Gomes, que contemplam o sagrado. O nome Auritha significa “pedra de luz”. Membro da Academia Internacional de Literatura Brasileira (AILB), Auritha é a primeira mulher indígena a publicar livros de cordel no Brasil. Seus escritos foram publicados no Brasil e alguns deles podem ser encontrados traduzidos para o inglês e alemão. Entre seus livros publicados e folhetos de cordel, estão: “Coração na Aldeia Pés no Mundo” (2018), laureado com o Selo Altamente Recomendável da Fundação Nacional do Livro Infanto Juvenil e Selo FLIP 2023, disponível na Biblioteca de Washington; “Magistério Indígena em Verso e Poesia” (SEDUC Ceará); “A árvore do Caju”; “Jurecê que chorou na barriga da mãe”; “Tuiupé e o Maracá Mágico”; “Dibuiá”, além de textos nas antologias “As Originárias”, Prêmio Biblioteca Nacional 2024; e “Apytama”, Prêmio Jabuti 2024. A obra “Coração na Aldeia Pés no Mundo” inspira o premiado filme 2025 a “Mulher sem Chão” que conta a trajetória da autora.
Sobre Tiago Hakiy
Descendente do povo Sateré-Mawé, nascido no Amazonas, em Barreirinha, à margem do Rio Andirá, é poeta, escritor e contador de histórias indígenas. É formado em Biblioteconomia, pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Tem mais de uma dezena de obras publicadas, a maioria voltada para o público infantil, entre elas “Guaynê derrota a cobra grande” e “O Canto do uirapuru: uma verdadeira história de amor”, ambas com o selo “altamente recomendável” da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), “Awyató-pót: histórias indígenas para crianças”; “Águas do Andirá”, “A origem dos bichos” e “A pescaria do curumim e outros poemas indígenas”. É membro do Núcleo dos Escritores e Artistas Indígenas (NEArIn). Em 2012, foi vencedor do Concurso Tamoios de Textos de Escritores Indígenas, também da FNLIJ.
Sobre Muru Huni Kuin (mediação)
Clécio Ferreira Nunes, também conhecido como Muru Hunikuin, é escritor, poeta, pesquisador e comunicador indígena do povo Huni Kuin, nascido no Acre. Caminha entre a palavra e o território, onde cada verso se torna uma forma de existir. É mestrando no Programa de Pós-Graduação em Letras: Linguagem e Identidade da Universidade Federal do Acre (UFAC), pela qual também é graduado em Letras – Inglês (2024) e graduando em Jornalismo. Além disso, atua como comunicador indígena pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB). Mantém a página @barulho_indigena, espaço em que compartilha suas palavras, poesias e lutas — e também as vozes de seus parentes escritores e literatos, que, por meio das literaturas, expressam os saberes de seus povos, suas memórias e resistências. É voluntário no Programa de Educação Tutorial (PET) Conexões de Saberes: Comunidades Indígenas (desde 2023), membro da diretoria do Coletivo de Estudantes Indígenas da UFAC (CEIUFAC), integra o Grupo de Estudos e Pesquisas em Literatura Infantil e Juvenil – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico/Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (GEPLIJ – CNPq/UNIFESSPA) e o Grupo AJURi: encontro com as narrativas indígenas. Também faz parte da Articulação Brasileira de Indígenas Jornalistas (ABRINJOR) e atua como professor de língua inglesa no Colégio Acreano. Além da atuação em sala de aula, tem ministrado cursos de formação e aperfeiçoamento para professores da rede pública, com foco no ensino articulado às literaturas indígenas; nessas formações, busca provocar reflexões e práticas que reconheçam a escola como território de diálogo entre saberes, onde o ensino de línguas e literaturas se entrelaça com a diversidade cultural, a memória e a resistência dos povos originários. Seu trabalho inspira educadores a perceberem que ensinar também pode ser um ato de escuta, e que a palavra indígena, quando atravessa o currículo, transforma não apenas o conteúdo, mas a própria forma de olhar o mundo. Suas pesquisas e produções literárias se concentram nas literaturas indígenas contemporâneas brasileiras e em língua inglesa, nas narrativas infantis e juvenis e o direito à infância, nas vozes femininas das literaturas indígenas e nas relações entre o ensino de língua inglesa e a Lei 11.645/2008. Entre o rio e o papel, Muru escreve como quem reexiste — acreditando que a palavra também é um caminho de volta para casa.
Observações:
Políticas de entrada
gratuita, por ordem de chegada
MCI - Museu das Culturas Indígenas
de 21 à 22 de novembro
sexta das 14:00 às 15:30
R. Dona Germaine Burchard, 451 - Água Branca, São Paulo - SP, 05002-062, Brasil
Entrada Gratuita

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